segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Chato

Eu juro que esses pensamentos que me assombram são loucas vontades, insaciáveis, impossíveis de afastar. E o pior é que eles vêm nas horas mais inapropriadas... No meio da aula na explicação da matéria mais difícil, no almoço quando minha mãe está falando alguma coisa importante, quando estou tentando me concentrar para estudar, quando estou tendo uma conversa com algum homem bonito e tentando me interessar por ele. Mas me perco. Perco-me nas imagens que vem de repente e inundam minha mente como ondas num mar agitado, meu olhar se perde no nada. E eu tento afastá-las. Tento, mesmo no fundo não querendo. Na verdade, queria poder deitar e fechar os olhos, implorar por mais e mais pensamentos como aquele, relembrando tudo o que já vivemos. Pouco tempo? Não ligo. O tempo é o de menos entre nós.
E então meu celular toca, volto pra realidade. Antes de olhar o número, coração dispara inconscientemente pensando: é ele. Mas nem é. É aquele ex-namorado chato que me viu tocando a vida e agora quer perdão. Na outra vez, era aquele menino que, quanto mais eu ignorava suas chamadas, mais ele ligava. Chatos, todos chatos. E não ache que você está fora dessa lista, é chato também. Mas é um chato tão chato que me irrita. Tira-me profundamente do sério e sinto vontade de segurar seu pescoço, esganando-o, e te deixar sem ar por apertá-lo um pouquinho forte demais pra ver se você aprende a lição. Mas você gosta, adora. Faz tudo por querer, conhece meu temperamento. Irrita-me, me provoca, somente pra depois poder me pegar no colo e colocar contra a parede, prensando-me e rindo da minha repentina mudança de humor. Mas não tem como não ceder. Faz minha raiva virar paixão, e minha vontade de estrangular-te serem minhas mãos na tua nuca te puxando pra mais perto de mim. Deixar-te sem ar, mas por causa de um beijo, ou então vários. E te matar, sim, mas de amor.

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