sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Estranho idealizado
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Erros
sábado, 5 de novembro de 2011
Nossa batalha
Tantas vezes nos perguntamos se ainda valia a pena. Ficarmos juntos, lutarmos por nós. E, por mais que tenha momentos em que quase abrimos mão de tudo, mas decidimos continuar, da certo. A gente da certo. Permitimo-nos mais uma chance, mais uma vez, pra ver se agora funciona. E sempre funciona, sempre da certo. Tornamos melhor do que já era.
Mas então vem as brigas e as oposições e o egoísmo. E eu não sei se devo continuar. Eu não sei se gosto tanto assim de você. Porque eu amava, sabe? Eu amava você. Mas não aguento seus momentos de grosseria e suas explosões repentinas. Eu preciso de paciência. Exijo paciência. E talvez você não tenha mais paciência. Não comigo, não com nós dois.
Admito, tentei desistir. Tentei esquecer da gente, esquecer você. Tentei jogar tudo pro alto. E joguei. Mas sempre voltava pra mim, como se o destino me implorasse mais uma chance. Pra nós. E eu dava. Não só porque eu te amava, mas porque te amo ainda.
E foi assim com alguns namorados, rolos, casos de amor. Eu dava mais uma chance, mesmo não querendo dar. Eu perdoava da boca pra fora enquanto o coração chorava silencioso dentro do peito. Eu não queria continuar, o destino não queria que eu continuasse. Por isso elas acabaram. As histórias. As minhas histórias com outros que não são você. Acabaram porque eles não são você.
Quando eu penso em abrir mão do nosso amor, você chora sem realmente chorar. Chora com a alma, chora com as palavras. E eu choro junto, porque sei que vale a pena. Sei que a gente vale a pena. Você também sabe, amor.
E quando a vida me pergunta porque eu ainda não desisti de nós, eu não tenho resposta. Não que não haja uma resposta, mas são respostas demais, motivos demais. A vida entende o meu sorriso. O sorriso que você criou, que você fez aparecer no meu rosto.
Depois de tantas lágrimas e tantas derrotas, de anos de escuridão, você apareceu. Eu e você criamos "nós". E, independente do quanto isso dure, já valeu a pena. Valeu a pena ter chegado ate aqui com você. Os momentos bons compensaram os ruins, nossos amores compensaram as brigas. Quando acabar, não vou ter perdido a batalha. Vou ter ganhado um amigo, um passado bom, alguém que me salvou. Vou ter ganhado um amor, lembranças boas. Vou ter ganhado você. Que valeu a pena. Valeu as lágrimas e a irritação e a carência. Vou ter ganhado você, que não valeu só a batalha, mas valeu a guerra toda.
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Para alguém entender
Vem cá, senta aqui. Eu sei que a vergonha é grande, eu também tenho, mas não sei o que você faz que me seduz a te falar essas besteiras. Seduz-me a te seduzir, te manipular, jogar com teu corpo novinho. Esquece a vergonha, ignora, a tranca em algum lugar. Mas não joga a chave fora, não. Porque tem que ter vergonha, é até bom. Mas com os outros, não comigo. Vai, ignora-a. Escuta-me, me entende. Obedece, amor. Senta aqui do meu lado. Chega mais perto. Sente o cheiro do meu perfume na minha nuca, repara no brinco que eu coloquei. Chega mais perto, até seu nariz roçar na lateral da minha mandíbula, até que sua voz seja um sussurro no meu ouvido. Passa sua mão ao meu redor, num meio-abraço, com a sensação de abraço inteiro. Beija meu ombro nu, ou beija o imaginando assim. Beija meu pescoço, minha orelha. Sinta-me, deixa eu te sentir também. Deixa-me provar do veneno que me fez vir até aqui falar baixinho meus desejos. Tira essa blusa, me deixa lamber teu peito, morder tua barriga. Não, não me pede para parar. Eu sei que não posso, mas eu quero. Deixa-me querer, deixa eu me atrever. Pega-me no colo, me encosta em qualquer lugar. Muito rápido? Ou devagar...? Digo, quer que eu volte pro início? Voltamos então, meu amor. Mas olha pra mim. Encara meu olhar, não foge desse abismo. Deixa ele te consumir, te puxar, te tentar... Isso mesmo, chega mais perto e esquece a insegurança. Porque se você não sabe, eu sei por nós, sou segura por você. Temos tanto tempo, mas temos que ser rápidos. Porque eu tenho muito pra fazer, outros jogos pra jogar... Então para com essa marra, segura meu cabelo e beija minha boca, me deixa louca, tanto quanto estou enlouquecendo com essa distancia entre nós.
Ou fica aí, parado, amedrontado. Vendo-me voltar para os braços de quem eu nunca deveria ter entrado.
domingo, 11 de setembro de 2011
Aquela época
Lutei tanto pra conseguir isso. Esse pavor de você, te evitar. Enganei-me, o máximo que pude, acreditando que tinha finalmente conseguido isso. Mas o meu pavor era de nunca mais receber ligações suas ou de passarmos um dia um pelo outro, seja onde for, e você não me reconhecer. Não lembrar tudo – e tanto – que vivemos. Juntos. Ah, pavor. Terror. Aterrorizava minhas noites.
O telefone tocava. Não era você. Nunca era. Nunca mais foi. Mas costumava ser, sabe, naquela época.
Época que eu reclamei tanto de ti. Mas tanto, tanto. Mal sabia eu que as poucas ligações suas que eu recebia seriam o bastante hoje, até demais, quem sabe seriam tudo. Porque você costumava ser tudo. Pra mim, pra outras. Elas nem sei hoje, mas quanto a mim... Ainda suspiro, revoltada, teu nome.
Não tenho mais mensagens suas – não que eu tivesse tomado coragem de apagá-las, mas quando troquei de aparelho elas sumiram, feliz ou infelizmente, automaticamente -, não tenho mais notícias ou qualquer detalhe da tua (nova) vida sem mim. Se não mudou de perfume, ainda lembro-me dele. Do cheiro. Se tua voz não ficou ainda mais grossa, posso quase senti-la sussurrar novamente na minha nuca. Sabe, igual àquela época.
Maldita época. Tudo parecia difícil, e era difícil mesmo, mas só o comecinho disso. Deixamos a pedrinha ir rolando e virar uma enorme bola de neve. E eu, com esse tamanho todo, não consigo sair dessa bola.
Quantas vezes achei que ainda amava. Talvez ainda amasse. Talvez não. Quanta ingenuidade. Odiava-te com todo o coração, mas era só você me abraçar que ficava tudo bem. Porque eu só precisava de você.
Que clichê. Que meloso e ridículo. Eu posso ter amado. Eu amei, definitivamente. Mas foi isso. Foi, já passou. O que eu sinto hoje é vontade de sentar e conversar com você por horas e dias, sobre tudo o que aconteceu, os motivos, as intenções, os sentimentos. Conversar tanto até a ponta da língua ficar dormente e a mente confusa. Sabe? Como fazíamos... Naquela época.
Liga, aparece, me manda uma mensagem. Deixa eu te ver. Deixa-me saber como você ta. Curiosidade, sabe? Não some, como costumava fazer. Não erra, como costumava fazer. Faz diferente. Diferente de tudo daquela época. Eu entendo. Eu espero. Eu supero quando você resolver ir embora de novo. Igualzinho como eu fazia. Naquela época.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Treinada Para Matar
Briguei com meus pais antes de sair para a escola. Com meus irmãos no caminho para a escola. Com meus professores na escola. Com meus amigos depois da escola. E, finalmente, com meu namorado, que graças a deus não tem nada a ver com a maldita escola.
Não consegui fazer nem um simples exercício de matemática. Nem a redação. Nem desenhos no canto da folha. Estava tudo complicado demais. Tudo chato demais.
Saí de casa pra ver se me acalmava, porque eu estava brava. Não sei com quem, nem por que, mas só a cara da minha empregada já me dava enjôo. Aí, olha que bom, tinha um pombo desgraçado na minha frente na calçada; eu não vou desviar do pombo! Então eu o chutei. É, isso ai, chutei mesmo.
Ta, na verdade não chutei, não acertei o bichinho, mas enfim. Finge que eu chutei, porque só de lembrar da velhinha rindo de mim errando o pombo, dá vontade de voltar lá e chutar ele de verdade. Não que eu tenha coragem de fazer isso com ele. Mas, nesses dias... Sei que as mulheres me entendem.
Depois foi a vez do senhor na fila do sorvete me irritar. Ele estava pagando com moedinhas. De cinco centavos. CINCO CENTAVOS. Contando uma por uma! Não agüentei os dez (dois) minutos que tive que esperar, passei na frente, paguei o meu sorvete e o dele. O mal educado nem me agradeceu. Ficou lá, me olhando, com os olhos esbugalhados. Eu não fazia de idéia de que estava tão feia assim. Ou minha cara de irritação deve ter assustado ele, mas tanto faz.
Com o sorvete na mão, pronta pra devorar até o guardanapo, começou a cólica. Sabe? Cólica. Cólica. Cólica. Cólica. Cólica. É SÉRIO, DÓI MUITO. Joguei o sorvete fora, fui pra casa chorar no colo da minha mãe e pedir uma bolsa de água quente.
Claro que eu me esqueci que havíamos brigado de manhã. E eu, orgulhosa, não aceitei ajuda. Fiquei umas duas horas achando que ia morrer, embaixo dos cobertores. Até que eu dormi.
Acordei me sentindo completamente diferente do dia anterior. Cabelo, unhas, lábios, pele, rosto e humor renovados! E justo naquele dia maravilhoso ninguém quis falar comigo. Ingratos, eu pensei. Aí fui ao banheiro e vi. Desgraça. Devia ter percebido antes.
Não mexa (discorde, fique no caminho, brigue, ignore, fale) com uma mulher na TPM.
domingo, 1 de maio de 2011
Relatos de um coração
Nossa diferença de idade nunca foi um grande problema pra mim. Nossas conversas, nossos beijos, nossos carinhos, desejos e pensamentos sempre se encaixaram muito bem. Bem demais, pra ser sincero. Ela tinha alguma coisa especial, alguma coisa que me fazia pular e alucinar toda vez que a via. Ninguém entende. Eu ficava acelerado, batendo freneticamente. No começo, eu concordava com o cérebro. Nós achávamos que dessa vez era diferente, que aquela menina ali ia ser a eterna paixão das nossas vidas, e tudo mais. Chegamos a essa conclusão depois de ver que, por mais que os dias se passassem, os meses, eu continuava a alterar minha rotina diária de batimentos só de olhá-la. Tão extravagantemente linda. Ela fazia cada detalhe seu ser mágico; suas pernas, suas curvas, o jeito de mexer o cabelo, de piscar os olhos, o sorriso... Ah, o sorriso. Não o ver era como se meu sol não tivesse nascido, como se o calorzinho que me aquece não estivesse ali, e eu ficava frio. Mais frio do que gostava de ser. Eu era viciado naquele calor, naqueles olhos, no sorriso, no cheiro. Era – sou – completamente dependente dela. E era só ela, só aquela voz, que me fazia encolher, aumentar, explodir de emoção. Foi ela que me despertou de um sono profundo; de um sono que eu não havia acordado antes. Ela me fez nascer, me fez sentir. Ela me fez amar.
Não sei direito o que aconteceu, ou como. Foi rápido demais para eu acompanhar. Minhas conversas com o cérebro passaram de harmonias para discussões. Fortes discussões. Eu chorava noite e dia, cada dia mais gelado, mais sozinho. Sentia falta dela, do meu sol, meu calor. Eu era o oposto de todo o resto do corpo, queria agir de uma forma, mas ele agia de outra. Se um dia me escutou e me obedeceu, esses dias são passado agora. Ele só se lembra da minha existência por causa da dor que eu causo no seu peito; caso contrário eu passaria, agora, despercebido por seus sentidos. Passei muito tempo sem ter um bom motivo para bater mais forte. Minha única esperança era quando o celular tocava e eu saia do controle, acelerando, achando que era ela. Mas nunca era. Nunca mais vi o nome dela naquela telinha luminosa. E isso só fazia eu me fechar mais, me tornar indiferente pra todos... Menos pra ela.
Foi assim, sem querer, depois de algum tempo, que eu enxerguei. Aquela sombra, aquele cheiro, aquele olhar sedutor. Impossível não reconhecer. Ela sorriu ao ver meu corpo, inalou fortemente meu perfume, e sorriu novamente. Eu, rápido demais no momento, sentia seu coração entrando no meu ritmo. Batíamos juntos, alinhados. Exatamente como era antes. Mas ela não chegou perto, muito pelo contrário, seu sorriso tornara-se um sorriso triste e ela foi embora. Eu fiquei minúsculo, apertado, tão compactado. Foi um aperto horrível pensar em perdê-la de novo, em ficar mais tantos dias sem aquela sensação. Suplicava, sem respostas, para que ela voltasse. Mas não, ela não voltou.
Eu não tinha explicações, não sabia ao certo porque ela ficara tão distante e me deixara tão desordenado como agora. Aquele sorriso triste eu conhecia bem, já havia feito muitas sorrirem assim. Inclusive ela. Mas era diferente, ela sempre voltava. Perdoava meus erros, minha loucura, minha falta de comprometimento. E tudo voltava ao normal. Mas não dessa vez, não dessa vez. Ela decidira ir embora, sem retorno, sem mais chances. Os beijos que antes ela não me negava, os carinhos, os afagos, hoje eram impossíveis de conseguir. Ela virava o rosto, tirava a mão, pedia para o meu corpo não tocá-la; e doía. Ela foi a primeira a me tocar, me encantar, me esnobar e me humilhar. Primeira e última. Mas estava certo quanto a uma coisa: não importa o que acontecesse ou quem entrasse e saísse de nossas vidas, ela era a eterna paixão da minha vida. Sempre me tirará do meu ritmo normal. Com ela, serei um coração alucinado, mas dilacerado...
Enfim entendi o significado de “coração quebrado”. O amor dói.
terça-feira, 29 de março de 2011
Sem indiretas
Disseram-me uma vez que é fácil seguir em frente, que o difícil é não olhar para trás; que espiar o passado é sofrer duas vezes. Que eu deveria parar de idealizar o amor em vez de encontrá-lo, porque às vezes ele é só uma escolha e não sempre um raio que vai cair do nada. Falaram-me que o amor... Que talvez o amor verdadeiro seja só uma decisão - decisão de correr algum risco com alguém.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Dica
Mulheres: Se ele não gosta de você, se fica com outras na sua frente, se diz que não está "pronto" para um relacionamento, se fica com você e com outras ao mesmo tempo, se está claramente te enganando, iludindo, mentindo, fingindo, prometendo e não cumprindo, ou não tão claramente assim... Bem, ABRA MÃO. Deixe-o ir! Pare de correr atrás porque tem gente que é caso perdido. E hoje em dia, a maioria dos homens são. É o seguinte: "Se você ama alguém, deixe-o livre. Se ele voltar, é seu. Se não, nunca foi." Resumindo... Não. Sofra. Por. Quem. Não. Gosta. De Você. Tenha amor próprio.
sexta-feira, 18 de março de 2011
Ironias do amor
quarta-feira, 9 de março de 2011
E se não é amor...
Oceano
Sabe quando você passa reto? Numa festa, na rua, em qualquer ocasião. Isso me mata. Mata aos poucos, mói minha sanidade, queima meu peito. Tenho vontade de exigir atenção, carinho, algumas palavras, ao menos, ou um simples olhar. Um simples olhar! Aquele olhar que costumava parar o mundo ao nosso redor para existir apenas eu e você.
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Desconhecido
O que me deixou inquieta foi o fato de eu sorrir tanto. Sorrir por nada. Sorrir apenas por o ver sorrir. Não é o sorriso perfeito, nem o mais bonito que eu já vi, ele era apenas contagiante. Os olhos transmitiam intensidade, maturidade, uma ponta de brincadeira e aquela dorzinha escondida ali, pra ninguém ver. Mas eu vi. E eu senti uma vontade inexplicável de curar o que ficou pela metade, que ele se negou a aceitar. Quis curar o incurável, tratar da ferida aberta. Olhava, ardente, o que sou por fora. Pena que não pode me ver por dentro. Pena que não pode sentir o que eu sinto, imaginar o que eu penso. Porque se pudesse, não me olharia assim. Fugiria de mim. Teria medo do que se passava na minha cabeça naquele momento, do meu estranho desejo de tirar dele aquilo que o prendia a um passado recente, um presente turbulento. Eu pretendia mexer em partes dele que provavelmente ficariam guardadas se dependesse somente daquele coração. Que se tornara frio, mas que de frio não tinha nada. Ele transmitia calor, sentimento, vontade de se entregar. E eu quis tanto abrir meus braços pra tudo aquilo. Quis tanto quanto ele lesse minha mente e fugisse de mim. Porque, nesse instante, já basta o que está acontecendo comigo. Basta eu não saber o que sinto pelos que já estão presentes na minha vida, não preciso de mais uma complicação. Mas é justamente quando a gente menos deseja, que acontece. Ou quem sabe eu só esteja usando-o como distração, para mudar o dono das minhas palavras. Tudo isso, por sua vez, pode ser fruto da minha imaginação. Mas seja como for, que apenas seja. Estou esperando sempre pelo pior, na esperança de que aconteça o melhor... Pelo menos uma vez.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Verão
Sexta à noite. Eu não fazia ideia de que era sexta-feira até ficarem tão assustados quando eu disse que hoje ia ficar em casa. “Mas hoje é sexta!”. Ah, sim... aquele tal dia que passamos o ano inteiro, a semana toda, choramingando para que chegue. A alegria de ser final de semana não é a mesma. Vai voltar a ser em algumas semanas, mas prefiro não pensar nisso. No momento, me concentro no fato de que nem sei que dia é hoje, estou completamente perdida no calendário. E isso, ao invés de me preocupar, me traz alívio. Eu estou de férias.
Sinto-me livre das cobranças, dos estudos, e, até sendo meio suja, dos amores também. Porque o meu verão são férias. E verão são aqueles dias pra vender a alma ao diabo e querer lembrar – ou não – pra sempre. Cada um vê de um jeito, mas podemos resumir em sol, calor, praia, água-de-coco, Coca-Cola bem gelada. Festas, pegação, bebida, loucura, amores-de-verão. Beber pra esquecer, beber pra não lembrar, beber pra curar a ressaca. Todo dia é sexta. Todo dia é festa. Pros solteiros, pros comprometidos, pros mal-amados. Sem preconceito.
Verão? É a melhor época do ano. Quando ele tá chegando, tenho orgasmos imaginários só de pensar. E quando vai embora... eu sento e espero pelo próximo. Porque ele vai chegar. Ele sempre chega. Cada vez melhor, cada vez trazendo mais paz e alívio. Ah, meu Deus, obrigada por ter inventado essa estação maravilhosa e ainda ter me dado férias nela. Eu não trocaria meu verão por nenhum amor. Porque os amores, as paixões, acabam nos deixando uma hora. Já o verão? Ele nunca me abandona. Tá sempre lá, no fim e começo do ano, de braços abertos pra me fazer sorrir. E, incrível, ele sempre consegue.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Alguém
Questionei-me, hoje, por volta das cinco da manhã, o quão (in)útil você foi na minha vida. Flagrei-me afundada no mesmo oceano de mágoas, lembranças, lágrimas, vontades e infinitos desejos no qual eu vivera um tempo atrás. Sentia, desesperadamente, sua falta. E fechava os olhos com força, o máximo que eu pudesse, tentando expulsar da minha mente a necessidade insana de ter você aqui comigo. De ceder ao seu pedido, deixando-o vir até minha casa, pisando na minha calçada, passando pelo meu portão, entrando pela porta da sala, subindo as escadas... A necessidade de chamar seu nome e sentir teu cheiro tão perto de mim. De ficar pronta, perfumada, arrumada, só para encontrar o teu sorriso ao me ver. Necessidade de acreditar nas suas palavras, e querer fazê-las se tornar realidade. Queria deixar meu corpo respirar o teu calor, deixar minha boca provar novamente de ti. Eu sentia falta. A falta que eu negava, recusava, repelia de mim. Sentia-me equivocada ao sentir saudades suas. Como se, sentir saudade de algo que me fez mal, fosse um pecado. Pecado que eu queria cometer repetidamente.
Balancei a cabeça furiosamente, como se esse movimento me livrasse de todos os pensamentos que só apertavam mais meu peito. Eu não posso mais sentir saudades. Não suas, pelo menos. Prometi, me comprometi. A vida segue. Talvez lenta e dolorosamente, mas segue, não importa quão difícil seja o caminho. Por mais que eu chore e esperneie toda noite, querendo sucumbir ao meu desejo, querendo deixar você vir me buscar aonde quer que eu esteja, isso não passa de um momento. Não me refiro ao meu sentimento, e sim a nós dois. Você virá me conquistar mais uma vez. Perderemos horas e mais horas nos emaranhados de nossos próprios problemas e carinhos e cabelos. Pode ser ótimo. Pode ser horrível. Isso pouco importa. Na verdade o que é importa é que, logo, acaba. Você me deixa em casa e não passa de mais uma noite. Que ficará gravada na minha, na sua memória. Nos meus textos, nas nossas histórias. Mas na noite seguinte, é como se nada tivesse acontecido. Nós dois, eu e você, nunca existimos. Somos duas estrelas no céu, que pode brilhar hoje, ofuscar-se amanhã, e desaparecer por uma semana. Talvez reaparecer brilhando do lado de outras estrelas. Gosto de pensar que seja assim, do que aceitar o seu pensamento. Você acha que somos a lua e o sol – podemos nos amar, mas jamais ficaremos juntos. Ah meu amor, se você soubesse a imensidão que há dentro de mim, não me deixaria assim, livre, por aí. Mas não deve fazer ideia de como sou incondicional. Pensando em você, te desejo de novo. Incontrolavelmente. Mas me dou conta de que não passará disso – desejo. Que será esgotado em minutos e reconstruído logo depois, nunca satisfeito. Mas você insiste em me abandonar. Não é nada sério, nunca é para você. Isso até eu achar alguém. Alguém que seja de verdade. Que não me veja momentaneamente, mas que pense em mim como sua mulher, sua namorada, sua esposa. Que deseje tanto quanto eu que essa sensação de estar completo não passe, que construa um passado, um presente e um futuro comigo – ou que pelo menos pretenda. Que não fuja dos compromissos e de mim.
Quem sabe eu já achei. Quem sabe não. Mas com você eu viverei assim pra sempre: na dúvida. Só sinto lhe informar, não me apetece deixar chegar tão longe. “Pra sempre” não combina com você.