terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Quero sem querer

As olheiras fortes no meu rosto refletidas no espelho do banheiro apenas deduravam outra noite mal dormida; não dormida. As quatro paredes me sufocavam e pareciam maiores a cada dia, ecoando sempre mais o som que minha solidão fazia. Solidão, não de vários, mas de um só. Saudade embriagada que batia à minha porta toda noite pedindo pra entrar... e eu a deixava me invadir, enquanto alimentava, cuidava, guardava. E a saudade aumentava dentro de mim, explodindo como fogos de artifícios e fazendo doer lugares que eu nem sabia que poderiam doer. Meu corpo latejava, tão carente e amargo como nunca fora antes. Pela primeira vez meu coração, minha mente e minha alma entraram num consenso: almejavam, desejavam, queriam, pediam, chamavam, clamavam, imploravam, choramingavam, amavam, aspiravam, exigiam... loucamente, insanamente... você.

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