domingo, 31 de outubro de 2010

Parecido, mas não igual

Eles tinham algo conhecido. Não sei direito o quê, cada um tinha uma pequena característica que falsamente me encantava, mas era apenas por ela, não era o conjunto todo. Quantos e quantos loiros me viraram a cabeça nesses últimos dias, sendo que antes nem sequer gostava dessa cor de cabelo. Os olhos verdes mesmo, pareciam destacar-se em cada um que os possuía, me deixando uma leve vontade de olhá-los por alguns instantes. As palavras, até as palavras, as expressões e tudo o que saia da boca de alguns me fascinava – tinha algo de comum, sombriamente comum, que me fazia fechar os olhos para ouvir. Eu só não sabia o porquê. Fazia tanto tempo, não entendia o motivo daquilo tudo, de procurar algo sem saber o que, de me encantar com coisas que nem sabia distinguir ou explicar porque me agradavam. Alguém veio à mente. Sorrateiramente. A verdade é que os loiros não eram exatamente do tom de loiro que eu queria, procurava. Eram apenas loiros, uns demais e outros de menos, nenhum na medida certa. E os olhos... A cor sim, era muito parecida, porém sem aquele toque final. Os olhos, confundiam até; o olhar, jamais. Quanto às palavras, não tinha como serem diferentes, sendo usadas da mesma forma, acompanhadas das mesmas outras palavras. Mas ninguém tinha o mesmo tom, o mesmo timbre, a mesma voz. Nem sequer passava perto. Depois de algum tempo tornava-se apenas um zumbido irritante, que eu implorava para não ouvir mais. Sentia falta de uma cabeleira loira, de um par de olhos verdes, de uma voz e suas infinitas palavras. O resto... O resto era resto.

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