quarta-feira, 17 de novembro de 2010

"Felizes para sempre"


O que fazer quando você pode sentir o fim chegando? O último beijo, a última conversa, último abraço, carinho, troca de olhares, carícia? As últimas risadas, última vez que o coração vai acelerar e depois ficar apertado por um simples sorriso de tal pessoa, última vez que vai ouvir aquela voz? Talvez não seja certo recorrer ao drama, já que o ponho presente no resto da minha vida. Talvez uma pitada de ironia combinasse melhor. Porque irônico é o fato de eu ficar triste mesmo tendo me preparado para isso desde o primeiro dia. Irônico é me deparar com a linha final e mesmo assim deixar a ousadia de ultrapassá-la falar mais alto, sendo que nunca antes ela havia se manifestado. É ver uma atitude incomum, tão grande, tão maior que eu, a ponto de querer sair de mim e tornar-se outra pessoa, apenas pelo fato de sentir que está tudo acabando; e nunca houve atitude em mim anteriormente. Talvez sejam os hormônios se desesperando, precipitando a falta que sentirão. Meus sentidos, quem sabe, angustiados pelo corpo que, não agora, mas brevemente me deixará. Meu coração no peito, suplicando gentilmente para que eu pule essa parte – o fim.
Irônico é subestimar uma pessoa sem ao menos conhecê-la, é achar que ela não vai fazer diferença na sua vida; diferença é fichinha, essa mesma pessoa vira sua vida de cabeça pra baixo. É desejar que uma história não comece e depois dar a alma para que não acabe.
E aqui estou eu, escrevendo sobre finais mais uma vez. No mesmo desenrolar, baseada nos mesmos erros, no mesmo intacto fim. No fundo, todos procuram o seu “felizes para sempre”, até mesmo os mais gélidos corações. Não é só em contos de fadas, nem em mente de criança. Ninguém almeja ficar sozinho; não, pelo menos, até estar apaixonado. E enquanto digo que quero algo intenso enquanto dure, eterno enquanto exista... Espero, na verdade, que o intenso seja eterno – para sempre.

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