quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Insaciável

Cinco e meia da manhã e eu não quero sono, cama, vodca ou um copo d'água. Eu quero amor. Cinco e meia da manhã e tudo o que eu quero é um pouco de amor. Errado querer tanto isso? Quero te ligar pra você me buscar agora em casa só pra eu dormir duas horinhas com você enquanto o despertador não toca. Quero, sim, ficar de conchinha e deixar meu cabelo no seu rosto te irritando. Quero receber amor, quero dar amor. Quero sentir mais uma vez, por mais que seja a última das primeiras ou a primeira das últimas vezes, o que é ser amada. Quero olhar pro lado e flagrar você perdido em pensamentos me encarando, sorrindo, enquanto eu coro e me sinto a mulher mais linda do mundo. Não é isso que o amor faz? Pois é exatamente isso que eu quero. Quero você acordado no meio da noite buscando dois copos de água. Quero provocar tua sede, tua insônia, tua preocupação de me cobrir à noite, teus pesadelos e teu abraço depois do susto. Não pretendo ser a mulher que anda do teu lado pra bonito, e sim a que te espera chegar em casa com a janta pronta, mesmo que seja duas da manhã e a única fome que você sinta seja de amor. Eu te daria amor, saciaria tua fome, te colocaria pra dormir. Porque o amor é isso. É um pouco de tudo e um tudo de nada. É a vontade de chegar mais perto mesmo quando o único espaço nos separando é o braço da cadeira do cinema. Quero aplaudir tuas vitórias de pé e ser aquela que te olha com orgulho e te causa orgulho por eu me sentir assim. Quero te causar orgulho também, mesmo toda descabelada numa quinta à noite, com apenas uma calcinha grande de oncinha e uma leve marca de biquíni tapando meu corpo. Quero você no meu sofá na madrugada de domingo pra segunda passando os canais da televisão e esperando o resto da casa dormir para fugirmos. Quero fugir com você. Agora, na terça, no sábado. Quero ser tua por dois minutos, mas te ter por uma eternidade. Uma eternidade de insônias, amores incansáveis e recomeços.

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